terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sala de debates: Pilhar ou não pilhar, eis a questão

Em noticia veiculada pela Folha de São Paulo, no dia 11 de outubro de 2011:

11/10/2011 - 10h55

Americanos encontram tesouro de R$ 33 milhões em navio naufragado

DA BBC BRASIL
A empresa americana Odyssey Marine encontrou um tesouro em um navio naufragado em 1917. O SS Mantola afundou depois de ser atingido por um torpedo disparado pelo submarino alemão U-81 durante a Primeira Guerra Mundial.

Imagem de navio britânico naufragado
Ruinas do SS Mantola - 1917
O navio naufragado está a 2.500 metros de profundidade, no Atlântico Norte, e robôs submarinos fizeram as imagens. Os documentos da época indicam que o SS Mantola levava um carregamento de prata que pode chegar a valer US$ 19 milhões, equivalente a mais de R$ 33 milhões. A Oddyssey ficará com 80% do tesouro.

Em setembro, eles encontraram um carregamento muito maior em outro navio naufragado durante a Segunda Guerra Mundial perto da Irlanda, com itens em um valor total de R$ 430 milhões.

FONTE: Folha de São Paulo


Os sitios arqueologicos submarinos são bem mais devastados do que o de superficie, e isso não é novidade, seja qualquer navio ou escultura de qualquer época. O mais famoso deles, o sitio arqueológico do RMS Titanic, tem sido alvo constante de visitações exploratórias. Descoberto em 1985 com muitas partes intactas da fatidica noite de 1912, o RMS Titanic passa a ter visitações constantes de pesquisadores em 1986. Diante disso, o Congresso dos EUA decreta os destroços do transatlântico um memorial maritimo e, num primeiro momento, até guarda sua localização do grande público. Em 1987, um milionário texano organiza uma expedição ao navio ilegalmente e retira 1800 peças do Titanic. Lembra da cena do cofre no filme Titanic de 1997? pois é, esse texano achou um com US$ 5 mil, mas gastou US$ 5 milhões para recuperar as notas.

A ação de turistas também tem contribuido para a destruição de sitios arqueologicos submarinos. Após a exibição do filme de 1997, o Titanic tem sido ainda mais visitado, e muitas vezes, em meio as partes do navio, porcelanas e garrafas de vinho, encontram-se inumeras placas e flores funebres, garrafas de cerveja e refrigerante, restos de redes de carga, pedaços de corda e correntes, entre outros. Especialistas dizem que se o ritmo continuar, o processo de decomposição do Titanic será acelerado, de 50 anos para 30.

Sitio arqueologico do Titanic: aqui se retrata a proa do navio como uma as areas mais visitadas.

A grande questão que fica para debate é: é correto pilhar as riquezas desses sitios arqueológicos ou manter a preservação da mémoria e da História?

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Prof. Felipe Nogueira Monteiro é licenciado em História e Geografia pelo Centro UNISAL de Lorena -SP.
 

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