'Mein Kampf' (Minha Luta) foi escrito pelo nazista nos anos 20
17 de janeiro de 2012 | 21h 30
Maria Fernanda Rodrigues - O Estado de S.Paulo
De tempos em tempos a publicação de uma nova edição de Mein Kampf (Minha Luta), livro escrito por Adolf Hitler nos anos 20 e que seria tomado como "a bíblia nazista", volta ao debate.
A cada nova tentativa de devolver o livro às livrarias alemãs, o governo da Baviera, que alega ter os direitos sobre a obra (exceto nos Estados Unidos e no Reino Unido) do ditador, adota medidas legais contra quem insiste em retomar a questão.
E a editora britânica Albertas ousou trazer à tona esse assunto tão caro aos alemães. Ela se prepara para começar a vender, no fim do mês e em bancas de jornal da Alemanha, três edições de 16 páginas cada uma com excertos do livro de Hitler acompanhados de comentários críticos.
A publicação terá uma tiragem de 100 mil exemplares e será encartada na revista Zeitungszeugen, da mesma editora, que traz capas de jornais nazistas que circularam entre 1920 e 1930 - também com uma análise.
"Este é um assunto delicado na Alemanha e o mais impressionante é que a população de lá não tem acesso ao livro porque ele é tabu. Queremos que as pessoas possam ver o livro pelo que ele é, e então descartá-lo. Uma vez exposto, ele pode ser mandado para a cesta de lixo da literatura", disse o diretor da Albertas, Peter McGee, à Reuters.
A polêmica anterior envolvendo o livro nazista foi protagonizada pela loja de Catar da rede de livrarias Virgin. Em dezembro de 2011, ela resolveu tirar o Mein Kampt de sua lista de indicações depois que um cliente se sentiu ofendido, fotografou a edição árabe e publicou a imagem na internet. A livraria tirou o livro do destaque, mas disse que ao indicá-lo não estava endossando o autor, suas ideias ou o conteúdo de suas páginas.
Um pouco antes, em 2010, pesquisadores do Instituto de História Contemporânea de Munique pressionaram o governo para que ele autorizasse uma edição comentada do livro. O argumento foi que em 2015 a obra entrará em domínio público e poderá, então, ser usada por grupos neonazistas para propósitos não muito nobres. Não tiveram sucesso na empreitada.
Não é difícil encontrar a obra em outros países ou até para download na internet. No Japão, interessados no assunto têm à disposição até mesmo uma edição em mangá, lançada em 2008. Outros autores pegam carona na polêmica publicação, como é o caso de Antoine Vitkine e seu Mein Kampf - A História do Livro, disponível em português pela Nova Fronteira.
FONTE: Estado de São Paulo
A cada nova tentativa de devolver o livro às livrarias alemãs, o governo da Baviera, que alega ter os direitos sobre a obra (exceto nos Estados Unidos e no Reino Unido) do ditador, adota medidas legais contra quem insiste em retomar a questão.
E a editora britânica Albertas ousou trazer à tona esse assunto tão caro aos alemães. Ela se prepara para começar a vender, no fim do mês e em bancas de jornal da Alemanha, três edições de 16 páginas cada uma com excertos do livro de Hitler acompanhados de comentários críticos.
A publicação terá uma tiragem de 100 mil exemplares e será encartada na revista Zeitungszeugen, da mesma editora, que traz capas de jornais nazistas que circularam entre 1920 e 1930 - também com uma análise.
"Este é um assunto delicado na Alemanha e o mais impressionante é que a população de lá não tem acesso ao livro porque ele é tabu. Queremos que as pessoas possam ver o livro pelo que ele é, e então descartá-lo. Uma vez exposto, ele pode ser mandado para a cesta de lixo da literatura", disse o diretor da Albertas, Peter McGee, à Reuters.
A polêmica anterior envolvendo o livro nazista foi protagonizada pela loja de Catar da rede de livrarias Virgin. Em dezembro de 2011, ela resolveu tirar o Mein Kampt de sua lista de indicações depois que um cliente se sentiu ofendido, fotografou a edição árabe e publicou a imagem na internet. A livraria tirou o livro do destaque, mas disse que ao indicá-lo não estava endossando o autor, suas ideias ou o conteúdo de suas páginas.
Um pouco antes, em 2010, pesquisadores do Instituto de História Contemporânea de Munique pressionaram o governo para que ele autorizasse uma edição comentada do livro. O argumento foi que em 2015 a obra entrará em domínio público e poderá, então, ser usada por grupos neonazistas para propósitos não muito nobres. Não tiveram sucesso na empreitada.
Não é difícil encontrar a obra em outros países ou até para download na internet. No Japão, interessados no assunto têm à disposição até mesmo uma edição em mangá, lançada em 2008. Outros autores pegam carona na polêmica publicação, como é o caso de Antoine Vitkine e seu Mein Kampf - A História do Livro, disponível em português pela Nova Fronteira.
FONTE: Estado de São Paulo
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