SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO
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A lista de intelectuais ligados a São Luís espelha sua importância cultural. A cidade, que hoje faz 399 anos, foi referência na formação de Candido Mendes de Almeida, jurista, historiador e geógrafo que publicou o "Atlas do Império do Brasil" (1868); de Aluísio de Azevedo, autor de "O Mulato" (1881) e de "O Cortiço" (1890); de Graça Aranha, a quem devemos "Canaã" (1902); e de Gonçalves Dias, poeta que publicou "Canção do Exílio" (1843) e um dicionário de língua tupi (1858).
A única cidade do país fundada por franceses, em 8 de setembro de 1612, foi, ao longo do tempo, invadida por holandeses e retomada pelos portugueses. Foi ainda ameaçada por Thomas Cochrane (1777-1860), o lobo-do-mar britânico que formou a Armada Imperial Brasileira e, depois, ajudou os independentistas na luta contra os lusos.
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Estratégica, entre as regiões Norte e Nordeste, a capital onde vivem 1.027.098 pessoas (em 2010, segundo o IBGE) deve o nome à homenagem que os franceses fizeram a Luís 9o, patrono da França e chamado de são Luís, um monarca cujo reinado resultou numa era de conquistas.
Antes dos invasores franceses, eram os tupinambás que habitavam o local onde São Luís seria edificada. Mas os relatos são inexatos quando estimam entre 200 e 600 os índios que viviam na aldeia de Upaon-Açu à época dessa primeira ocupação.
A tentativa de colonização da região pela coroa portuguesa data de 1535, à época das capitanias hereditárias.
Nos anos 1550, malogrou a tentativa de fundar a cidade de Nazaré -insucesso creditado à ferocidade dos índios e à dificuldade de acesso.
A "FRANÇA EQUINOCIAL"
E foi só em 1612 que Daniel de La Touche, o senhor de La Ravardière, ali se estabeleceu com 500 homens para fundar a França Equinocial a mando do rei francês Luís 13. Os franceses logo se aliaram aos índios contra os lusos que vinham do Pernambuco.
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Três anos depois, as tropas portuguesas tomaram a região e, em 1620, Jerônimo de Albuquerque foi nomeado comandante de São Luís.
Com a chegada de açorianos, prosperaram a plantação de cana e a produção de açúcar e de cachaça. Os índios, que já não eram considerados uma ameaça, foram usados na lavoura.
Em 1641, foi a vez dos holandeses tomarem São Luís com uma esquadra de 18 naus guarnecida por 2.500 homens que a saquearam (nessa época, eles já dominavam Salvador, Recife e Olinda).
O governador foi feito refém numa cidade cujo porto também escoava outros produtos como tabaco, algodão, couro e farinha de mandioca.
Os portugueses expulsaram o invasor em 1642, mas as batalhas e emboscadas duraram até 1644.
A região encontrou paz e prosperidade em 1682, plantando o cacau ao lado da cana-de-açúcar e do tabaco, produtos então produzidos por escravos negros -e que eram exportados para Portugal, à qual a cidade esteve ligada por laços de sangue e por conta da proximidade do continente europeu.
Nem sempre pacífica, a situação deteriorou na Revolta de Beckman, a primeira que opôs colonos e portugueses.
Em 1755, a fundação da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará transforma o porto de São Luís. Também é no período pombalino em Portugal, de 1755 a 1777, que a capital do Maranhão constrói redes de água e esgoto.
A Guerra de Independência nos EUA (1775-1783) atinge a produção algodoeira por lá e abre brecha para exportações ao Reino Unido.
A prosperidade econômica faz surgir, em 1780, a praça do Comércio, onde mercadorias europeias eram negociadas num tempo em que, avessa aos comandos do Rio, São Luís, mais ligada a Lisboa, era a terceira mais populosa cidade, atrás do Rio e de Salvador.
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Fonte: Folha de São Paulo
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