02/12/2011 - 16h00
O Ministério de Cultura italiano assinou na terça-feira (29) um acordo com a Unesco para impulsionar o mecenato privado internacional com o objetivo de restaurar e preservar a jazida arqueológica de Pompeia, depois dos danos sofridos por várias construções.
A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) se compromete no documento a buscar patrocinadores privados para o Projeto Extraordinário e Urgente de Restauração e Conservação de Pompeia, segundo o embaixador e conselheiro italiano dessa agência da ONU, Francesco Caruso.
O acordo, que será oficial nos próximos dias, também prevê que a Unesco colabore com seus analistas científicos na execução do plano de preservação da Pompeia, e que ajude a traçar um plano que supere os dez anos que contempla o projeto atual.
"Há cerca de 150 'domus' (casas) em perigo" em Pompeia, afirmou Caruso. A zona arqueológica em questão já sofreu desmoronamentos e diversos danos nos últimos dois anos.
Alguns dos casos mais famosos foram a queda de um dos muros do pátio da Casa do Moralista e o da Casa dos Gladiadores em 2010, que datava do ano 62 d.C.
Para frear a deterioração da cidade romana engolida pela cinza vulcânica depois da erupção do Vesúvio no ano 79 d.C., o novo plano conta com 105 milhões de euros (R$ 256,2 milhões) provenientes de fundos da União Europeia (UE), que se somam aos 25 milhões euros (R$ 61 milhões) que o Governo italiano destina anualmente à preservação do lugar.
Jorge Araújo/Folhapress | ||
Estátua nas ruínas de Pompéia, cidade italiana que foi soterrada pelas lavas do vulcão Vesúvio em 79 d.C. |
Os impulsores do plano esperam que a esses números se somem agora os patrocinadores privados. Para que a ideia se torne realidade, recorreram à associação de grandes empresas do bairro de negócios da Défense, nos arredores de Paris. Com isso, espera-se reunir até 10 milhões de euros anuais (R$ 24 milhões), disse o principal responsável, Philippe Chaix.
Duas empresas privadas napolitanas e o governo da região de Campânia assinaram na terça-feira (29) um acordo para valorizar o território que rodeia as jazidas de Pompeia, Herculano e Stabia, cidades que também sucumbiram à mesma erupção vulcânica. Essa iniciativa pretende impulsionar as infraestruturas de transporte e hotelaria dessa área para fomentar o turismo local, segundo Caruso.
Os empresários não descartam que parte desses benefícios possam ser destinados à preservação dos 440 mil metros quadrados de Pompeia que a Unesco tem catalogados como patrimônio da humanidade.
As críticas à gestão da região arqueológica causaram a saída, em março deste ano, do ministro de Cultura italiano, Sandro Bondi, que atribuiu as derrubadas em Pompeia às fortes chuvas, enquanto a oposição se queixava da falta de fundos que o governo tinha destinado à cultura e, especialmente, a essa jazida.
Fonte: Folha de São Paulo
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