Um dos profetas de Aleijadinho |
PAULO PEIXOTO
Feitas para facilitar trabalhos de restauração e preservação, começam a sair da fôrma as réplicas dos Doze Profetas, conjunto de esculturas de Aleijadinho na cidade mineira de Congonhas (a 90 km de Belo Horizonte).
Confeccionados em silicone, os moldes serão utilizados para desvendar formas, técnicas e materiais empregados por Antônio Francisco Lisboa (1730-1814).
Patrimônio da humanidade, as esculturas de pedra-sabão estão expostas ao ar livre no santuário de Bom Jesus de Matosinhos desde 1800, quando começaram os trabalhos que terminariam cinco anos mais tarde.
No local, as peças estão sujeitas à ação de fungos e bactérias, além do vandalismo. Por essa razão, de tempos em tempos surgem propostas para substituir as obras originais por réplicas.
Por ora, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) afasta essa possibilidade. No entanto, o debate deve continuar.
O Iphan e a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) estão construindo nas proximidades do santuário o Memorial Congonhas, que abrigará o Centro de Estudos da Pedra. A um custo total de R$ 15 milhões, o projeto deve ser concluído em junho de 2012.
Segundo o instituto, se a remoção das esculturas for recomendada pelos órgãos responsáveis, o memorial será "a melhor alternativa" para expor as peças originais.
Igreja com os profetas em Congonhas: as esculturas ganharam réplicas. |
CÓPIAS FIÉIS
A criação das réplicas é essencial, de acordo com o Iphan, para a restauração das esculturas que forem eventualmente danificadas. Duas delas já foram moldadas.
As cópias físicas terão todos os detalhes das peças originais, até mesmo as inscrições feitas por vândalos.
A partir do molde, são feitas uma cópia de segurança em gesso e outra em resina e pó de pedra, que poderá integrar exposições itinerantes.
Também está em curso a digitalização em 3D das esculturas. Isso possibilitará aos pesquisadores se aprofundar em detalhes que o olho humano não é capaz de perceber ou a própria disposição dos profetas no pátio da igreja dificulta que sejam vistos.
FONTE: Folha de São Paulo
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