A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política, ou seja, o próprio país pode determinar seus caminhos. Mas quanto a sua representação, será que foi isso mesmo? Vejamos por dois vieses: as atitudes de D.Pedro I e as representações artisticas do evento historico. Leia Mais!
Abaixo, há uma transcrição sobre as atitudes de D.Pedro I com o padre Belchior, o alferes Canto e Melo e o coronel Marcondes. Todos acompanhavam a comitiva do imperador nas vesperas da Independência.
1º Versão (Padre Belchior)“Padre Belchior, eles querem, eles terão sua conta. As cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e de brasileiro. Pois verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações. Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil, para sempre, separado de Portugal. [...] Diga á minha guarda que eu acabo de fazer a independência do Brasil. Estamos separados de Portugal.”
2ºVersão (alferes Canto e Melo): “É tempo! Independência ou Morte! Estamos separados de Portugal!”
3ºVersão (Coronel Marcondes): “ E arrancando do chapéu que ali trazia a fita azul e branca , o arrojou no chão, sendo nisto acompanhado por toda a guarda que, tirando dos braços os mesmos distintivos, lhe deu igual destino. [...] E bradou o príncipe: Será nossa divisa de ora em diante: Independência ou Morte!” Fonte: Laurentino Gomes, 1822 (livro)
Abaixo, há uma transcrição sobre as atitudes de D.Pedro I com o padre Belchior, o alferes Canto e Melo e o coronel Marcondes. Todos acompanhavam a comitiva do imperador nas vesperas da Independência.
1º Versão (Padre Belchior)“Padre Belchior, eles querem, eles terão sua conta. As cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e de brasileiro. Pois verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações. Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil, para sempre, separado de Portugal. [...] Diga á minha guarda que eu acabo de fazer a independência do Brasil. Estamos separados de Portugal.”
2ºVersão (alferes Canto e Melo): “É tempo! Independência ou Morte! Estamos separados de Portugal!”
3ºVersão (Coronel Marcondes): “ E arrancando do chapéu que ali trazia a fita azul e branca , o arrojou no chão, sendo nisto acompanhado por toda a guarda que, tirando dos braços os mesmos distintivos, lhe deu igual destino. [...] E bradou o príncipe: Será nossa divisa de ora em diante: Independência ou Morte!” Fonte: Laurentino Gomes, 1822 (livro)
É de conhecimento de todos sobre os eventos da independência do Brasil. Mas o que nós vamos abordar aqui é sobre a evolução sobre a representação artistica dessa independencia.
A primeira imagem (acima) que faz alusão a Independência é a Coroação de D.Pedro I, de Jean-Baptiste Debret, de 1828, portanto, a 6 anos do fato historico. Nota-se somente o próprio D.Pedro I coroado, presença de membros da elite, conselheiros e ministros e membros da igreja Católica. A população nem é retratada.
Na segunda imagem, chamada Aclamação de D.Pedro I no campo de Santana, de Jean-Baptiste Debret, de 1839, é considerada mais proxima da realidade, ressaltando a preocupação em se representar a população. Foi considerada por muito tempo, o símbolo maior da emancipação.
Nesta terceira imagem, A Proclamação da Independência, de François-Renee Moreaux, de 1844, dois pontos importantes chamam a atenção: a presença maciça da população no quadro e os olhares direcionados ao ceu, caracterizando a independência como presente divino.
Na mais clássica imagem sobre a Independência, a "Independência ou Morte!" de Pedro Américo, de 1888, portanto no final do Segundo Reinado e do Império brasileiro, tem mais vinculos de exaltação do evento do que realidade. Como pode D.Pedro atravessar todo o Vale do Paraiba e Baixada Santista de cavalo, atravessando trilhas de pedra e lamacentas?
Esse quadro teve inspiração em outro importante quadro europeu, A batalha de Friedland, em que retrata as tropas de Napoleão Bonaparte. Veja as semelhanças e tire suas conclusões.
Não se trata aqui de dizer que tudo isso é falso, enganação ou coisa parecida. Na verdade, são construções históricas que foram feitas ao longo do tempo, construidas por humanos, e o trabalho do historiador é atuante ai: em desmistificar e demonstrar as fronteiras entre o que foi real e o contruido, o fantastico. Lembremo-nos: a História é antes de mais nada humana, se constroi a cada dia, é dinamica e não estatica (como algo ja no passado), ela esta presente todos os dias. Com essa ideia, fico com o pensamento de um dos pais da Historia, Tucidides:
“Pelo que se refere dos fatos, não me baseei no dizer do primeiro que chegou ou nas minhas impressões pessoais; não narrei senão aqueles de que eu próprio fui espectador ou sobre os quais obtive informações precisas e de inteira exatidão. Ora, eu tinha dificuldade em conseguir isso, porque as testemunhas oculares nem sempre estavam de acordo sobre o mesmo acontecimento e variavam segundo suas simpatias ou a fidelidade da sua memória. [...] Eu quis deixar para as gerações futuras um documento a consultar sempre e não oferecer algo que servisse apenas como passatempo.”
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:
MATTOS, Claudia Valadão de. A invenção do grito. in revista História Viva, ano V, n 59, p. 66-71
GOMES, Laurentino. 1822. Editora Nova Fronteira. 2010.
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Felipe Nogueira Monteiro é licenciado em História e Geografia pelo Centro UNISAL de Lorena - SP.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:
MATTOS, Claudia Valadão de. A invenção do grito. in revista História Viva, ano V, n 59, p. 66-71
GOMES, Laurentino. 1822. Editora Nova Fronteira. 2010.
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Felipe Nogueira Monteiro é licenciado em História e Geografia pelo Centro UNISAL de Lorena - SP.
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